Pode ter sido durante o seu estágio da faculdade, ou no seu desejado novo emprego, acho que todos nós um dia já cruzamos com um “líder” ruim. Há aqueles que nunca lhe dirigem a palavra, trocando o tom da voz por emails e recados; aqueles que falam demais a ponto de tirar a sua concentração nas tarefas; os que não vivem sem você, já que você vive fazendo o trabalho deles, etc. A lista já é longa e ainda podemos alongar (compartilhe as suas experiências ali nos comentários).

O Micro-gerente

Imagine a figura do micro-gerente: em vez de dar intruções gerais sobre as tarefas menores que supervisiona, centralizando a visão ampla do projeto, o micro-gerente monitora e avalia cada etapa, evitando delegar decisões. Esse método é facilmente reconhecido pelos colaboradores, que raramente conseguem entender os objetivos do projeto.

Na realidade, o nosso personagem não entende a sua responsibilidade, agindo como um fiador frente à sua equipe. ” – Buscar resultados muito além do que um único indivíduo pode produzir”, essa é a meta. Essa responsabilidade adquirida acaba por gerar stress quando procura a perfeição em cada tarefa pelo medo de fazer errado. Em vezes, prefere fazer o trabalho dos seus colaboradores frente aos seus.

Líder ou Manager? Quem é Quem?

Se, no nosso exemplo, o nosso micro-gerente é o primeiro culpado por esta situação, também podemos reconhecer que ninguém realmente lhe deu a definição clara do que é ser gestor ou líder.

Gestão é sobre lidar com a complexidade. Suas práticas e procedimentos são – em grande parte – em resposta ao desenvolvimento significativo no século XX e a Revolução Industrial. Sem uma boa gestão, o caos e a desorganização não permitiriam que as empresas se tornassem grandes e complexas de maneira sustentável e próspera. A boa gestão trabalha nas dimensões-chave das organizações, como a qualidade do seu produto/serviço e rentabilidade.

Liderança, por outro lado, gira em torno da forma de lidar com as mudanças. A sua importância veio sendo incrementada ao longo dos anos, frente ao dinamismo nas mudanças que a globalização trouxe: o avanço tecnológico e a internacionalização das organizações, bem como a desregulamentação dos mercados e o excessivo incremento na capacidade fabril. O resultado dessa fórmula é fazer o que foi feito ontem, com 5% de melhorias, já que esse se tornou o caminho do sucesso. E nesse ciclo, mais mudanças exigem sempre mais liderança;

Assim, pode-se dizer que separamos os gerentes dos líderes da seguinte forma:

Um gerente vai organizar o trabalho:

– Estabelece um cronograma, tentando antecipar situações, mantendo ágil a manipulação dos recursos, despesas e atrasos;
– Cria e segue um orçamento, fazendo malabarismos com as taxas, juros e inflação;
– Relata fielmente os passos aos seus superiores, fazendo servir como base de avaliação da equipe, bem como conhecimento empresarial e mercadológico.

Um líder fornece significados:

– Define direções e objetivos claros, mostrando os caminhos para satisfazer seus clientes e suas necessidades em constante mudança;
– Compartilha sua visão e paixão com a sua equipe, como também fora da empresa;
– Coloca em perspectiva as mudanças que serão necessárias para o progresso, trazendo consistência aos produtos e aos tempos;
– Se comunica muito, escrevendo (intranet, blogs, redes sociais) ou oral. A porta está sempre aberta!

Esses perfis são complementares. Alguns podem ser grandes gestores e líderes fracos, para outros, é o oposto. Poucos conseguem ser os dois. Em todos os casos, o mais difícil é o auto-diagnóstico. Você é um líder? Um gerente?

Maus líderes, no geral, não são nem uma coisa, nem outra!

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